TDC 2021 – Trilha Management 3.0 e Gestão Ágil

Martie Energize People
Energize People

Na Quarta-feira, dia 24/03/2021, o segundo dia do TDC – The Developers Conference 2021, foi minha terceira participação no evento, e segunda vez online. Tive oportunidade de assistir as palestras da trilha de Management 3.0 e Gestão Ágil, e foi mais gratificante ser um incentivo da empresa que trabalho.

Martie Develop Competence
How to Develop Competence

Nas outras edições, busquei aprimorar meu conhecimento em Microservices e DevOps, mas desta vez foi diferente, a necessidade de aprimoramento em gestão está batendo na porta.

O assunto Management 3.0 e Gestão Ágil não era desconhecido, mas foi a primeira vez em muito tempo que participei de eventos como este, em busca de conhecimento não técnico.

Falou-se muito sobre cultura, experimentação e feedback. Eu ficaria aqui até o fim do post só citando palavras chaves, mas não é esse o objetivo.

O Management 3.0 será muito abordado de agora em diante aqui no blog, mas o que me levou a escrever este post é a visão/opinião convergente a respeito do modelo “atual” de gestão, que assim como ocorreu a partir do Manifesto Ágil, mudanças virão. O Management 3.0 (que já não é algo novo), vai mudar mais ainda a forma de lidar com pessoas, por tanto deve estar em pauta até que novas propostas de melhoria apareçam, e será lembrado, assim como o Manifesto Ágil, Toyota Production System – TPS, etc.

A primeira referência sobre Management 3.0 é o site https://management30.com/.

APPELO, Jurgen: Management 3.0, Leading Agile Developers, Developing Agile Leaders. 1 ed. Addison-Wesley Professional, 2011

A primeira literatura é o livro Management 3.0.

Tratando-se de literatura técnica, tenho preferência pela edição original, que normalmente é em inglês.

Na Amazon existem as versões Kindle e Impresso (Capa Comum).

Existem mais livros do autor (APPELO, Jurgen) neste link.

A partir dessas referências, podemos explorar uma variedade de ferramentas e práticas que sustentam o Management 3.0.

A jornada ao conhecimento e a evolução continua, sempre colaborativa.

Até breve!

Desafios da Pandemia

Em dezembro de 2019 começamos a ouvir sobre um tal de Coronavirus. Muitos boatos, muitas incertezas, mas sem receio, afinal, algo que está a aproximadamente 18.000 quilômetros de distância, não afetaria nossas vidas.

Mal podíamos imaginar como nossa vida seria afetada por esse vírus, como o cotidiano mudaria de uma forma tão radical. A disseminação do vírus foi voraz, imbatível, como se fosse uma nova tecnologia.

Quem arriscaria dizer que a o gatilho da transformação digital de muitas empresas seria causada por um vírus biológico. Tudo mudou. A forma de viver, trabalhar, comprar e vender.

Foi no meio de toda essa mudança que surgiu uma oportunidade, algo desafiador. Alçar voos em novos céus, e quem sabe, mais altos.

Eu estava na mesma empresa há quase 8 anos. Uma empresa que crescia tão rápido que eu já não conhecia mais 100% dos colaboradores. Eu sentia necessidade de mudança, de novos desafios.

Para essa mudança, eu precisava contar com o apoio e suporte da família, principalmente de quem estava comigo todos os dias, minha esposa, que mergulhou de cabeça nesse desafio. Uma grande mudança na nossa vida – com a responsabilidade de criar uma criança de então 2 anos, estava só começando.

Sempre com muita gratidão, principalmente pelas pessoas que passaram no meu caminho nesses anos, tive a conversa mais difícil com minha então gestora, o pedido de desligamento. Cumprir meu aviso prévio em home-office foi inesperado.

Acreditávamos estar mudando no auge da pandemia. As notícias – em abril de 2020, diziam que em 3 semanas as coisas deveriam voltar ao normal, mas na viagem de 1200 quilômetros de carro, com tudo fechado, aprenderíamos na prática o que era o lockdown.

Os desafios estavam só começando. Cidade nova, emprego novo, pandemia, home-office. Acordar, tomar café, almoçar, jantar, e dormir, sem “sair” de casa (exceto para o essencial), por meses. Conviver 24 horas por dia não é tarefa fácil, principalmente quando existem muitos itens para adaptação. A disciplina jamais havia sido colocado à prova com tanta intensidade.

Como se explica para uma criança de 2 anos que o pai está em casa, no cômodo ao lado, e não pode brincar, que ela não pode ver os amigos, que ela não pode ir ao parquinho, que tem um “bixinho lá fora” que é perigoso?

Perdi a conta de quantas vezes ouvi frases como:

“Eu não tenho amigos, não tem ninguém pra brincar comigo”;

“Papai, Mamãe, aquela menininha pode ser minha amiga?”

E a escola, como explicar que não tinha mais aula, que não iria usar o uniforme esse ano?

O quarto era escritório de 08:00 às 18:00 (as vezes em horários alternativos também). Por sorte, eu já dispunha de uma mesa e cadeira adequadas para trabalhar em casa, o que não é a realidade de muitos, até hoje!

Acordar, tomar banho, vestir roupa de trabalhar, tomar café, hora de almoço, hora de lanche e hora de encerrar o dia de trabalho. A disciplina é fundamental pois é muito fácil misturar os ambientes e perder o foco.

As vezes nem dava vontade de assistir TV, principalmente os canais de notícias que só traziam “verdades” cada vez mais assustadoras.

A rotina era trabalhar dia de segunda a sexta, e fim de semana, passear de carro, sem poder ir a lugares que tanto queríamos. As vezes a distração era ir ao drive-through para comprar sanduiche e “batatinhas”.

Em casa, o canal mais assistido foi o Discovery Home & Health. O apartamento que morávamos não nos agradava, nem um pouco. A ideia de pintar, mudar, incorporar coisas num apartamento que era alugado, não nos agradava nem um pouco.

Conhecem a “metáfora da lagosta” ? Podem conhecer por outros nomes. Eu não sabia da origem. Fui buscar enquanto escrevia esse post. Sugiro uma busca no Google, pois existem centenas de réplicas do mesmo texto. a lagosta rabino abraham twerski – Pesquisa Google
Ou um vídeo (em inglês): Rabbi Dr. Abraham Twerski On Responding To Stress – YouTube
Vou citar um trecho que acho importante:

Todos nós tendemos a querer permanecer dentro da “casca da zona de conforto”, sem perceber que ficar nela muitas vezes impede nosso crescimento. Precisamos de uma dose de desconforto para mudar padrões e atitudes e se libertar de carapaças que nos aprisionam.

O acúmulo de situações de desconforto e a vontade de mudança, proporcionou uma oportunidade única de comprar nosso apartamento, no meio da pandemia.

Muitos empregos se perderam. Muitos trabalhadores estão desesperados pois o lockdown tira dos provedores de família o seu sustento. Eu, só tenho gratidão.

Os desafios continuaram. Um ano se passou. A pandemia continua e nosso país tem sido exemplo negativo para o mundo. Até quando? Ficar em casa por mais alguns meses, quem sabe, mais um ano? O que nos cabe é compreender o quanto devemos respeitar o próximo, ter compaixão, entender que estamos no mesmo barco chamado Terra, e que nossas atitudes contam.

Cuidar da saúde física, mental e espiritual é fundamental. Aplicativos de treino em casa estão em alta. Consultas médicas online, e muito mais foi criado ou teve o voto de minerva para que fosse priorizado durante a pandemia, canais no YouTube estão com conteúdos dos mais diversos, bastar ter critério.

Nunca a área de tecnologia contratou tanto. As barreiras de distância, se não superadas, foram muito bem contornadas para que as vagas fossem preenchidas por candidatos morando a dezenas, centenas, as vezes milhares de quilômetros de distância do escritório.

A qualificação das pessoas fica dependendo da situação financeira, e disciplina para administrar o tempo pois o deslocamento não é mais necessário. Cursos online EAD, dos mais variados ramos, estão surgindo rapidamente.

O novo normal está transformando para sempre nossa vida. A pandemia está ensinando a todos, de alguma forma. Aproveitar as oportunidades é fundamental. Saibamos ter disciplina e força de vontade e gratidão pelo aprendizado, pois esses são os pilares para seguir em frente.

Até quando estaremos nesse novo normal eu não sei, mas seguimos nos adaptando, sendo flexíveis, tendo resiliência, paciência, tolerância, altruísmo.

Keep C.A.L.M.S. and do DevOps@UniBH – 12/11/2019

Terça-feira, dia 12/11/2019, tive a oportunidade de palestrar sobre DevOps para alunos de Ciências da Computação e Sistemas de Informação do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH no campus Cristiano Machado.

Falamos sobre os pilares do DevOps, a cultura colaborativa, a importância do compartilhamento de conhecimento e principalmente empatia.

Um dos temas abordados foi a evolução do DevOps a nível mundial, baseado no relatório State of DevOps da Puppet.

Alunos de Sistemas de Informação e Ciências da Computação

A apresentação está disponível no link: Keep C.A.L.M.S. and do DevOps UniBH

Agradeço a Priscilla Gomes e a Rafaela Moreira a oportunidade de conversar sobe um tema de extrema importância.

Keep C.A.L.M.S and do Test for DevOps – Testing Dojo Uai

Ontem tive a oportunidade de apresentar um Meetup junto com o Edson Marques sobre a importância de teste no DevOps.

A apresentação foi promovida pela comunidade Testing Dojo Uai no Raja Valley com apoio do Banco BS2, Base2 Tecnologia e BHS.

Falamos de teste em IaC, execução de testes em pipelines de build e release, análise de código e integridade de ambientes.

A apresentação está disponível no link:
KeepCalmsAndDoTestForDevOps

Certificação DevOps – Parte 2

Continuação da Parte1.

Durante a leitura do Phoenix, sempre pesquisando mais sobre esse tal de DevOps, percebi que estava descobrindo um universo bem maior do que simplesmente CI/CD, build automático, versionamento Git ou testes de qualidade/automatizados. A quantidade de disciplinas, tecnologias e conceitos envolvidos é algo que extrapola qualquer conceito malformado ou simplista. Foi aí que as primeiras palavras chave entraram no jogo, cultura e mindset!

A premissa para adoção de DevOps é a mudança na cultura organizacional. Foi por esse motivo que a lista de livros aumentou e o Mindset entrou na fila de leitura, agora com 5 livros.

O curso em BH seria como um “intensivão” de aproximadamente 16h de aula presencial num fim de semana (sábado e domingo), e um complemento de aproximadamente 2 a 3 horas de aula online após alguns dias, ou seja, muito conteúdo para pouco tempo.

Começamos o sábado muito bem, com pessoas de diversas empresas, conhecimentos diversos, funções das mais variadas, e até mesmo objetivos e expectativas diferentes a respeito do DevOps, até porquê o conceito ainda seria esclarecido, não só ao longo do curso, mas ao longo dos estudos, o que traria cada vez mais clareza sobre o assunto. Cada aluno com sua experiência, expectativa, e visão de aplicação de DevOps dentro do seu setor, foi percebendo que o “bixo” DevOps era bem mais amplo que uma sopa de letrinhas e ferramentas. A união Dev + Ops foi ficando mais clara a medida que discussões surgiam, apesar do nome não ser algo novo, sendo difundido a partir de 2009, por Patrick Debois através do primeiro devopsdays.

Uma das coisas que mais me chamou atenção, foi que todos tinham tendência a citar formas de implementação utilizando diversas ferramentas, e não mecanismos arquiteturais. Ficou muito claro ao longo do curso que, independente da ferramenta ou tecnologia, os pontos que exigiam mais atenção, eram a cultura organizacional e a mudança de pensamento dos colaboradores dessa organização, principalmente dos líderes.

Curiosamente, testes é a outra disciplina que, junto a cultura organizacional, ocupa o segundo lugar em carga horária. Por que será?
Dois dos maiores desejos de organizações ao adotar DevOps, são o Continuous Delivery e Continuous Deployment. Desejo esse que, dentre diversos fatores, é diretamente proporcional à quantidade de testes automatizados, dos mais diversos tipos. Não há como automatizar um processo de entrega contínua de valor se não existe um processo onde erros, como os mais simples, são tratados na ponta, lá no pedido do cliente, na máquina do programador, ou mesmo após a entrega de diversas features. Nada pode seguir adiante sem que testes como os de integração e aceitação estejam 100%.

Legal, agora sabemos que cultura organizacional, mudança no pensamento e automação de testes, são alguns pilares para dar mais um passo no DevOps. Mas como entregar valor se não temos bem definido o que, quando e pra quem entregar? É aí que entram as metodologias ágeis de desenvolvimento de software.

Entre 1947 e 1975, utilizando Lean Manufacturing, Just-in-time e Kanban, Taiichi Ohno criou o famoso Toyota Production System. Acredito que ninguém daquela época, imaginaria que o desenvolvimento de software no século 21 seria baseado nesse modelo de sucesso, que hoje é referência para as mais diversas industrias.

Scrum, Agile, Kanban, Lean, etc, são as referências para que a entrega contínua de valor se torne realidade. Não havia mais como esperar o ciclo completo de um processo waterfall. Sendo assim, o backlog é uma peça crucial para que a entrega seja adequada, agregue valor para o cliente e que o Return of investment seja de acordo com o esperado.

Tudo está muito bonito até agora, uma sopa de letrinhas, um monte de automação para entrega de código, com qualidade, todas as features bem definidas pelos clientes, mas e agora, onde vamos entregar isso tudo?

Infraestrutura! É nesse emaranhado de servidores, regras de firewall, storages, etc que vamos colocar nossa aplicação disponível para o mundo!

Profissionais de infraestrutura suam para manter centenas de programas rodando, consumindo recursos, sem que muito possa ser feito. Por isso, toda automação, todos os testes e toda arquitetura de software deve ser bem planejada para que os serviços, ou melhor, microserviços sejam escaláveis, tenha capacidade de auto recuperação, não consumam mais recursos que o devido, suportem uma carga de requisições preestabelecida, dentre demais atributos de qualidade.
Por motivos como esses, dentre dezenas que posso citar, o conteúdo de Infraestrutura, gerenciamento de dados e dependências de componentes está em primeiro lugar na carga horária do curso.

Agora vem o calcanhar de Aquiles, governança! Essa palavrinha dá até arrepios em muitos gestores.
Agora imagine se além dessa automação toda, a governança conseguisse realizar seu trabalho, com normas, procedimentos, coletando evidências? O ITIL sofreu nos últimos anos muito preconceito por não se adequar a esse novo modelo de trabalho, sugerindo-se inclusive o “ITIL Lite”. Agora, com o lançamento do ITIL 4 (que pretendo escrever em breve), acredito que teremos novidades para o mundo DevOps.

Bastante coisa foi citada, mas não é tudo! Na parte 3 continuo para que este post não fique muito extenso.

Obrigado a todos e até breve!

Certificação DevOps – Parte 1

Em maio de 2018, estava buscando algo “novo” que pudesse fazer para me atualizar, algo que realmente desse uma sacudida na carreira. Esse tal de DevOps parecia interessante, e resolvi me aprofundar mais.

O termo já estava em uso há algum tempo, porém pouco difundido, principalmente por um dos pilares ser uma mudança de cultura organizacional. Era coisa de empresa grande, ou de startups, algo que só Google, Netflix, Spotify tinham, algo tão revolucionário que parecia coisa de filme, história de um livro, onde as coisas funcionavam maravilhosamente bem, um mundo perfeito! Minha primeira reação foi “cara, isso é demais”, “eu quero fazer isso”.

Não foi preciso muita pesquisa no Google para descobrir que essa “coisa” tinha até certificação, e o órgão certificador era a Exin, que oferta (ainda na data deste post) tres certificações:

Ao ler um pouco a respeito de cada uma das certificações disponíveis, baseado na minha experiência, julguei que tinha condições de prosseguir nos estudos direto para a certificação DevOps Master, e imediatamente fui em busca da literatura sugerida para o exame.

Além da literatura, a certificação Master exige um curso oficial obrigatório como pré-requisito para realização do exame, sendo assim, procurei saber e em agosto de 2018 teria uma turma em Belo Horizonte, fiz inscrição. Agosto que me aguardasse!

Pela praticidade e principalmente pelo valor, optei pela compra dos livros para o Kindle.
Os livros indicados pela Exin são:

Para todos os livros citados, fiz a opção pela versão em Inglês. Não sou muito adepto a literatura traduzida, acho que não é tão fiel ao original.

Iniciando pelo livro que julgo leitura obrigatória para quem quer praticar DevOps o The Phoenix Project é um romance. A história é cativante e você quer saber sempre o que vai acontecer. Me impressionei o quanto associei as situações do livro com situações reais e mais que isso, consegui até associar personagens a pessoas reais.

Finalizei a leitura do Phoenix pouco antes do curso. Decidi aguardar o curso para saber qual seria a estratégia de leitura dos próximos livros, além do material do próprio curso.

Na parte 2 falo sobre o curso.